quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Social exclusão?!?!



Até quando vamos continuar acreditando nessas bobagens de brincadeira, de mal entendido e de questão social?
Dinheiro não muda nosso lugar, não muda nossa cor. E mais uma vez ficamos por conta dos brancos de alma boa que tomam nossa causa como deles, em toda sua generosidade vão lutar para seus negrinhos queridos serem aceitos, porém não vão colocar seus pares na cadeia, nem reconhecer o crime que cometeram. Seguirão colocando o racismo como algo distante e fruto da atitude insana de meia dúzia de nostálgicos enlouquecidos cuja opinião não merece ser considerada, quando muito podemos fazer uma intervenção artística, simbólica e todo o blá blá blá pós moderno que afasta cada vez mais a possibilidade de reconhecerem e retratarem o genocídiol, o crime desumano e terrível que cometeram e continuam cometendo contra o os filhos de África.
Não desconsidero a atitude do casal, acho válida e louvável, porém não estamos avançando na luta contra racismo ao fazer esse tipo de ação, não estamos avançando para entender melhor nossa situação, nosso lugar social e, muito menos, estamos mais próximos de conquistar a tão sonhada reparação, sem a qual jamais teremos entendimento, de fato, do que é o racismo contra os negros no mundo ocidental e, principalmente, no Brasil. Ao contrário, estamos colocando essas ações na ordem do individual, como sempre fizemos no Brasil, estamos avaliando caso a caso.
Desabafar em redes sociais pode ser importante, desde que leve à ações concretas, lutar contra o racismo é entendê-lo como o crime que o MN conseguiu fazer com que se tornasse, ou então teremos mais situações em que a histeria coletiva nas redes sociais não tem qualquer retorno além de acalentar os corações revoltados da classe média que ainda não sabe lidar com o próprio conforto diante da miséria que a cerca e lista palavras cheias de mágoa, porém esvaziadas de qualquer poder de mudança.
Fazer com que negros entendam seu lugar, entendam o processo nefasto pelo qual passaram e se revoltem contra isso, lutem contra isso, contem sua história para mudar seu futuro. Esse é o único caminho para uma transformação efetiva. E os brancos que querem integrar essa luta, não basta reconhecer o racismo do outro, isso nós fizemos ao longo de toda a nossa história, reconheça o seu próprio, desculpe-se também por cada situação de racismo que um de seus iguais inflige a um negro. Pois quando nos tornamos conscientes, para nós negros não existe sofrimento individual, quando sangramos, sangramos como um povo, todos e cada um. O dia que todos nós começarmos a sofrer e sangrar assim, sentiremos o peso da chibata e dos grilhões que ainda nos torturam e prendem, só então as coisas vão começar a mudar.

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